Saturday, January 30, 2010

Eu adoro séries médicas porque os roteiristas sempre dão um jeito de introduzir discussões éticas no cotidiano dos trabalhadores de um hospital. Seja em E.R, Grey´s Anatomy, Private Practice ou House (entre outras), o médico sempre fica com aquela dúvida se deve ou não salvar um paciente que matou criancinhas, ou fazer um aborto em uma adolescente que se descuidou, ou até avisar às autoridades, do paradeiro de uma criança sequestrada pelo pai, pois sofria abusos na casa da mãe. Muitos vêem como uma forma de polemizar, conseguir audiência, e pode até ser, mas para mim, é muito mais que isso. Essas dúvidas que os profissionais têm, ultrapassam as barreiras da lei, ou do juramento feito na formatura, e tornam – se o elemento-chave de humanização do personagem. Nas séries, muitas vezes os médicos parecem robôs que salvam o paciente no final do dia (ou do episódio), graças ao formato utilizado por quase todas as emissoras de televisão. Mas quando vemos que não se trata mais de saber o procedimento, o tratamento ou a cura, e sim de que aquelas pessoas tão “bondosas”, que dedicam sua vida a ajudar os outros, têm pensamentos duvidosos, obscuros ou então, moralmente incorretos, podemos fazer uma conexão entre a ficcção e a realidade. E ainda por cima, absorvemos automaticamente tais dúvidas, e passamos a nos questionar o que seria o correto ou não, de acordo com o nosso ponto de vista. Eu já muitas vezes debati assuntos originados de alguma série com a minha mãe, e o resultado não poderia ser mais satisfatório, uma vez que fui obrigada a pegar os ensinamentos dados pela familia, pela igreja e pelo colégio, e adaptá – los a mim, à minha vida, criando assim, minha voz. E com esse post, espero voltar a escrever mais aqui, sem focar tanto em minhas emoções exarcebadas e momentâneas, e pôr meu cérebro um pouco para funcionar, sempre na busca de uma voz melhorada.