Friday, March 05, 2010

U Got Talent.

Puts, eu adoro televisão, sou capaz de ficar o dia inteiro pasando de canal em canal na net. E apesar de adorar reality shows e talent shows, tem um que nunca me chamou atenção: America's Got Talent. Quer coisa mais estúpida do que um show de talentos cujos jurados são pessoas tipo Sharon Osborne, David Hasselhoff, Jerry Springer, Howie Mandel e etc? Sem contar que a maioria dos finalistas são sempre cantores e dançarinos, e pra julgar isso, já existem programas muito melhores e de maior qualidade como American Idol e So You Think You Can Dance. Tendo isso em vista, sempre passei batido por esse programeco que mais parece uma versão americana do programa do Raul Gil.
Existem muitos talentos além de cantar e dançar, mas as vezes parece que as emissoras esquecem isso, e focam apenas nos tipos de talento que mais atraem o povo. Ok, afinal de contas, são negócios beibe, e sem audiência, nada dura. Entendo perfeitamente mas não deixo de querer que algum dia esses programas sejam mais completos.
Pelo menos isto acima era o que eu achava até ontem, até na verdade entrar no blog do meu amigo Eduardo e me deparar com o video de uma guria sensacional que conta histórias através de ilustrações feitas com areia e os dedos. Fiquei tão enlouquecida querendo ver mais, que quando abri o youtube para procurar outros videos, descobri que ela era a vencedora de 2009 do Ukraine Got Talent. Deus abençoe as franquias de programas (mesmo que o America's seja franquia também, e seja uma merda)! Fiquei muito feliz quando descobri que em algum lugar do globo, as emissoras e o público conseguem valorizar artistas deste tipo. E realmente é lindo, além de emocionante. Kseniya Simonova é o nome da artista de 24 anos que, segundo algumas reportagens achadas na internet, emocionou o país na final do programa, levando a pláteia às lágrimas. Imagine se houvesse maior espaço para artistas assim na televisão? Sendo a televisão uma das maiores ferramentas de comunicação de massa, eles no mínimo seriam mais valorizados e o público ampliaria sua gama de interesse. Seria uma situação lucrativa para ambos os lados.
Gostaria de ligar a televisão um dia e ver um cara que vi em Bariloche que não tinha as pernas e pintava com um canudinho, assoprando a tinta num quadradinho de cerâmica, e criando composições incríveis, ou um grupo de artistas de Cancun que faziam retratos realistas com tinta em spray, em menos de 5 minutos. Pessoas assim, que tem um enorme talento e infelizmente só conseguem ser vistos se tabalharem nas ruas, mereciam um prêmio. Com certeza mereciam.


Wednesday, March 03, 2010

The phantom of the opera is there... inside your mind.

Simplesmente adoro O Fantasma da Ópera! As músicas em especial, ainda mais a do próprio fantasma, que no filme de Joel Schumacher, é interpretado por ninguém menos que Gerard Butler. Que homem, eu digo. Que homem tão maravilhoso que consegue fazer com que uma deformidade facial não seja tão ruim de encarar, que tem uma voz que dá vida ao personagem sombrio, uma voz com um quê de rock, e não ópera. Enquanto a maioria dos atores cantam de forma suave e aguda, ele esbanja emoção, e sombriedade dignas de um gênio que a vida castigou. Sou com certeza do "team Fantasma", não por Gerard Butler, apesar de que ele facilita que nos apaixonemos pelo personagem, mas pelo tom do relacionamento dele com Christine. Desde pequena, quando escutava a gravação original da Broadway, sentada na sala da minha avó, que a história rondava minha cabeça, e sempre desejei que por algum milagre a história fosse reescrita, e Christine e o Fantasma ficassem juntos no final. Querendo, ou não, ela o ama, mesmo que no final não pareça, devido as atrocidades que ele comete, e o ama de uma forma muito mais pura do que Raoul.
O amor de Christine e Raoul é um sonho, é a utopia de qualquer menina: casar com aquele menino por quem apaixonara - se quando criança, o famoso reencontro, a sensação de destino cumprido. O amor entre o fantasma e Christine, vai mais à fundo, é um amor de almas, nutrido aos poucos através do aprendizado, o mestre e a aprendiz que com o passar do tempo, tornam - se indispensáveis para o outro. Foi graças ao fantasma que Christine debutou como cantora, foi graças a ele que alcancou o estrelato, e foi ele que lapidou seu dom bruto. E apesar disso tudo, imagina - se que ela teria um pouco mais de compaixão, mas infelizmente, não. Cegada pela utopia e pelo sangue derramado, abandona seu criador. E tudo poderia ter sido evitado, se ela e Raoul respeitassem os desejos do fantasma, expressos nos bilhetes mandados.
Um gênio atormentado que busca apenas ser amado como uma pessoa normal. Muito melhor que um visconde maricas.




Gerard Butler cantando minha música preferida em uma de minhas cenas preferidas.

Tuesday, March 02, 2010

A Cabana

São três da manhã e eu gostaria muito de poder ligar para alguém e compartilhar tudo que estou sentindo no momento, mas como disse, são três horas da manhã e mamãe me ensinou que ligar após as dez horas da noite para alguém é falta de respeito. Mesmo que eu saiba que muitas pessoas estão acordadas agora, algo me impede de completar a ligação, mesmo já tendo digitado os números em meu celular. E como que não tem cão, caça com gato, cá estou eu, neste webvazio, onde ninguém entra, pronta para compartilhar o que eu li. A primeira vez que minha mãe me falou sobre este livro, torci o nariz. Não queria ler nada relacionado à Deus ou religião, e achei a história um tanto quanto triste, entrtanto, hoje num rompante de tédio e numa escassez de livros aqui de casa ainda não lidos, cedi à tentação. Já na primeira página do prefácio senti - me presa ao enredo, desejando devorar as páginas como quem tem um prato de comida a sua frente, e não come há dias, e após as 20 primeiras páginas, questionei se continuaria lendo, ou se pediria que minha mãe apenas me contasse o final, esperando que fosse um "e tudo ficou bem e eles viveram felizes para sempre". Mas veja bem, A Cabana, não é um livro nos moldes hollywoodianos, e também não é um livro que fala de religião, do catolicismo, é mais que isso, e na falta de palavras, apenas digo que nunca li algo assim. Nunca imaginei que frente a uma atrocidade, fosse me sentir bem com o desfecho, e nunca pensei em Deus como algo independente de religião, regras, dogmas e etc, agora penso. Agora sei que há muito mais lá fora do que imaginamos, e que cegados pela individulidade, pelo egocentrismo, pela necessidade de poder, tentamos explicar tudo através de fatos científicos comprovados. Mas assim como em outros assuntos, isso tudo é muito subjetivo, partindo do pressuposto de que tudo que sabemos, foi contado algum dia por alguém, e como sabemos que aquilo era verdade? Mesmo que existam experiências e pesquisas, mesmo que a ciência em sua magnitude consiga até explicar, há sempre o fator desconhecido, místico, quase que imaginário. Vivemos em um mundo em que a confiança nos outros, a total confiança é dificil, assim como confiar em Deus, uma força maior ou simplesmente o destino, e sem confiança, não há nada concreto. Devemos confiar em nós mesmos.
E como diz o livro, os humanos sentem necessidade de poder, e para isso, manipulam, mentem e começam guerras, tudo para esquecer que temos medo de sentir nossas emoções, nossos medos.
Tememos viver em sincronicidade com nossa alma, enterrando - a fundo, bem abaixo de todas atitudes carnais que executamos por puro medo.
O que eu aprendi no livro? Aprendi que o caminho da felicidade, do perdão e do amor está na convivência dependente, e não independente, do outro.

A Cabana, de William P. Young. Editora Sextante