Sunday, October 18, 2009

Hoje me sinto magoada, traída. Não, me sinto passada pra trás. Não, também não é isso. Aproveitada? Não é bem essa palavra, mas no momento não consigo achar a palavra definidora do objeto de um (a) aproveitador (a), mas é assim como me sinto. Já faz tempo na verdade, que isso vem acontecendo. A sindrome de Madre Teresa de Calcutá rola solta em mim, e toda vez que faço algo movida por isto, recebo pancada na cabeça. É um problema de ética, eu imagino. No colégio não gostava de colar, só de pensar ficava nervosa. Acreditava que se eu fosse prosperar, suceder, séria somente pelos meus meritos, mesmo que fosse em matérias como quimica, que sabia que não usaria após sair do colégio.
Me irrita sabe? Imaginar que eu vou ter o mesmo desempenho de alguém que vagabundiou o tempo inteiro, enquanto eu vi a vida passar na janela, o sol subir e descer. Será que eu sou ingênua? Se acreditar no bem das pessoas, confiar que farão o que é correto, moralmente correto, me qualifica como ingênua, então sou com todas as letras em caixa alta. É horrível, injusto e me dá vontade de chorar. Chorar para nao gritar de raiva, estourar com as pessoas e mandá - las com todo respeito tomar no cú. Chorar também por decepção.
É um situação avassaladora pra mim. No momento, tenho muito o que fazer, mas só o que consigo pensar é que eu quero chorar e chorar e chorar, e dormir por uns bons dias, na esperança de acordar com toda essa coisa ruim fora do meu sistema.

Wednesday, September 02, 2009

Muitas vezes me perguntava se não deveria ser mais regionalista, ostentar mais meu orgulho de ser gaúcha e seguir as tradições do povo do sul. Muitas vezes me senti mal por não fazer nada das coisas citada acima, sentia até um pouco de vergonha, tamanho o descaso que pensava ter em relação à terra em que nasci, me criei e sempre me fez sentir amada. Mas recentemente, ao ser confrontadas por outras culturas, pensei mais afundo no assunto que me incomodava e cheguei a um insight no minimo esclarecedor, dei - me conta de que a tradição gaúcha já está impressa em mim, seja no modo de falar, seja no modo de defender minha terra querida com tanto ardor. Não preciso me vestir de prenda e dançar a chula para demonstrar meu orgulho, já o demonstro todo dia ao não negar minhas raízes. Eu sou gaúcha mesmo porra, gaúcha que fala bá, que acredita na força do povo e no potencial do estado, e não há ninguém capaz de me convencer do contrário.
É fácil falar e criticar quando não se conhece muito bem algo, é fácil falar quando uma cabeça fechada causa uma miopia, é fácil falar quando acredita - se ser superior a tudo isso. Mas tudo bem, todo mundo tem direito a sua opinião, mesmo que a mesma seja infundada. Mas criticar? C R I T I C A R o fato de porto alegre não ser capitalista ao ponto de saturar o mercado, as ruas e o ar que respiramos? Criticar por sermos um povo que acima de tudo valoriza tudo que passamos, aliás, nossos ancestrais passaram, e que nos permite viver hoje em harmonia?

Sunday, August 16, 2009

Cate's travel to the planet Earth. (a controversial bedtime story)

Cate doesn’t belong in planet earth. She wasn't born here. She's from a planet in a galaxy far far away, where everything is pink and green, people are kind and full of love and respect for each other, and violence, poverty and destruction simply doesn't exist. She literally lives in a sea of roses. Recently she came to our planet in a kind of exchange program, to learn more about humans, the planet earth, and our culture. The first few days she was amazed with all the high technology, since her planet doesn't have our kind of advance in this area. But when initial shock of culture passed, she began to see the reality that surrounds everyone in this fucking planet. She saw children dying from awful diseases, being beaten to death, living in the streets with their parents being obligated to ask for money, old people being mistreated, abandoned by their families, living in poverty. She saw wars, destruction, tragedies and tears, a lot of tears. Her heart began to hurt like someone was with his hands around it, squeezing back and forward in such intensity that she couldn’t handle any more, cut her trip short and got back to her planet. When she arrived, she went to talk to an elder of her village and described all the awful things she’s had seen in this really short trip to earth, questioning why there were such things in a planet full of natural beauty and technological progress. The much more elderly man told her that everything happens for a reason, and in the case of planet earth, the greed of men was more powerful than any other feeling, leading the civilization into a path of destruction. He also said that her planet was such a beautiful and fair place to live because everyone agreed to live a simple life, far from everything that could be a danger to the peace of that planet. In that moment, Cate realized that she had only to thank God for being such a lucky person for living in a planet so wonderful.

Thursday, August 13, 2009

Sobre o tempo e clichês com um molho agridoce.

O tempo é uma coisa muito relativa. Podemos conhecer por décadas alguém ou uma cidade sem realmente conhecê- las ao mesmo tempo em que com apenas alguns meses podemos conhecer bem a fundo alguém ou algum lugar. E mais uma vez a Laura abusa de clichês para conseguir expressar o que se passa nessa cabeça deveras confusa e lotada de coisas. Mas se pensarmos que um clichê geralmente é um ditado e que este pode vir a ser originado de uma simples observação que é tão corriqueira que acaba sendo feita por muitas pessoas num pequeno espaço de tempo, tornando - se assim, repetitiva, não me parece haver muitos problemas no clichê em si. O detalhe é que hoje, automaticamente as pessoas ligam o uso do clichê à falta de criatividade e/ou vocabulário para expressar o que pensa. Mas assim como na língua inglesa existem expressões que não tem como traduzi - las para o português sem perder sua essência, o mesmo acontece em algumas situações em que a melhor forma de expressá - la verbalmente é na base do clichê. E aí estamos num beco sem saída, explicamos de uma forma inédita correndo o risco de que ninguém entenda nossa linha de pensamento, ou utilizamos as malditas frases feitas deixando abertura para sermos criticados em relação à nossa criatividade e objetividade (coisa que eu definitivamente não tenho ao escrever).
Se as pessoas não perdessem tanto tempo criticando os outros, talvez não perderíamos tanto tempo pensando numa abordagem verbal defensiva, que da mesma forma que na direção defensiva, nos protegerá dos motoristas/leitores/escritores/observadores imprudentes.

Sunday, August 09, 2009

Fool me once, shame on you, Fool me twice, shame on me.

Eu meio que estou ficando cansada dessa história de que a gente tem que sofrer e bater de cara na parede pra amadurecer. Chega uma hora que não da mais. Quantas vezes terei que sofrer e me decepcionar pra aprender a distinguir quem me faz bem e quem não faz? Quantas lágrimas terei que derrubar, surras mentais terei que me dar até aprender que nem todo mundo que é simpático comigo virá a ser uma boa pessoa? Eu simplesmente não tenho discernimento, e só descubro que a pessoa não presta quando ela já me traiu, magoou e rapidamente foi embora.

Gosto não se discute nem discrimina.

Não sei porque as pessoas insistem em nos rotular. Perguntam qual o gênero preferido de fime ou musica, qual a cor, comida, bebida preferida. Tudo no singular, forçando - nos a dar apenas uma resposta, fazendo com que nos tornemos, pelo menos aos olhos da pessoa a nos questionar, seres completamente restritos, quando na verdade não somos. O que nos torna humanos e únicos é a complexidade da nossa alma, dos nossos cérebros.
Somos capazes de gostar de salgado e doce ao mesmo tempo, de rock e música clássica, de comédia e terror, e muitos outros opostos. A controvérsia de gostos é algo tão comum, tão característico do ser humano que deveria ser abraçada e não silenciada.
Adoro os filmes do Kevin Smith, Cameron Crowe, Woody Allen, George Lucas, Steven Spielberg, Truffaut, Fellini, Tarantino, Rodriguez, Scorcese, Griffith e Murnau. Amo as músicas do Bob Dylan, Rolling Stones, Eric Clapton, Spice Girls, Britney Spears, ópera em geral, Gritando HC, Dead Fish, Ataris, entre outros.
E se me perguntarem, não sei dizer de qual eu gosto mais. Cada um foi e ainda é vital para a minha existência, para a experiências passadas e as ainda a ser vividas. Ninguém deveria ser obrigado a escolher apenas uma coisa, quando vivemos num mundo onde as opções são ilimitadas.

Thursday, August 06, 2009

Horóscopo do dia.

Não sei como pode acontecer de uma pessoa acreditar e não acreditar em horóscopo, mas essa sou eu. Ao pensar racionalmente nesses horóscopos de jornais, acho muito improvável que ele seja um tanto quanto verídico, provavelmente é um textinho escolhido aleatoriamente em um banco de dados. Mas pensando irracionalmente, com os sentimentos, cada vez que leio meu horóscopo chego a ficar assustada com a proximidade que um mínimo textinho pode ter com a minha vida. E não, não é pelo simples fato de que após ler pela manhã acabei planejando meu dia de acordo com o que uma astróloga de nome estranho disse em poucas linhas, porque eu costumo ler meu horóscopo à noite. E quase todas as vezes, o que diz lá, é muito semelhante com o que aconteceu durante meu dia. Como pode isso? Será coincidência? Muitas coincidências, uma atrás da outra? Será possível? Os indianos aparentemente acreditam muito em horóscopos, mas o deles, é muito diferente do nosso. E agora? Odeio pensar, refletir e não chegar à nenhuma conclusão. Se alguém souber um modo de clarear meus conflitos internos em torno deste assunto, por favor, pronuncie - se.

Tuesday, August 04, 2009

Livre para ser feliz.

Eu não sou contra os homossexuais, pelo contrário, acho que todos deveriam poder abraçar suas escolhas e conviver com seus parceiros sem preconceitos e tramites legais para atrapalhar. Mas a sociedade e o sistema judiciário frequentemente impedem que pessoas do mesmo sexo sejam felizes em um relacionamento, por acreditarem em convenções culturais datadas do seculo retrasado. E para quê? Homens e mulheres podem casar por dinheiro, interesses diversos, conveniência ou simples companheirismo, livres de amor e atração sexual, e aos olhos da lei esse compromisso é legal. Mas a esses mesmo olhos, dois homens ou duas mulheres que se amam, desejam e querem viver uma vida a dois, é uma idéia inconcebível. Porra! Quando uma porcaria de tradição cadavérica e uma pá de pessoas hipócritas conseguiram reduzir o amor à nada?
O nosso queridíssimo presidente Lula sancionou hoje a lei da adoção, que vigora em 90 dias, que permite que qualquer pessoa acima de 18 anos, solteira ou casada, pode adotar uma criança, entretanto, um casal do mesmo sexo está imposibilitado de fazer o mesmo. Ou seja, eu tenho 22 anos, atualmente não trabalho, só estudo, e tenho mais chances de adotar uma criança que um casal homossexual, já estabilizado, com renda financeira, maturidade emocional e responsabilidade ideais. Mesmo que eu seja claramente incapacitada de criar e educar outra pessoa. Enquanto isso, milhões de crianças estão abandonadas, sem amor e carinho, em orfanatos pelo Brasil.
Que país maravilhoso esse em que vivemos hein? Qualquer pessoa que não se enquadre nos moldes propostos pela sociedade na idade da pedra, não tem muitas chances de ser feliz. Não uma felicidade completa, porque sim, somos capazes de sermos felizes solteiros e sem filhos, mas como ficam aquelas pessoas que querem casar, formar uma família, andar de mãos dadas na rua? Com certeza sua felicidade depende disso, e são impossibilitadas pela cabeça pequena de nossos governantes e membros da sociedade em que vivemos. Pelo visto, até para amar é preciso seguir certos requisitos. E aquela histórinha de liberdade foi pro saco, virou história da carochinha.
Isso tá errado, muito errado. O direito de ser feliz deveria ser de todos.
As vezes a gente acha que conhece uma pessoa. Passamos tempo juntos, trocamos idéias sobre a vida, falamos sobre experiências, vontades, sentimentos. Desenvolvemos um nível de intimidade que possibilita nos denominarmos amigos. Uma vez que a amizade está formada, acreditamos que somente coisas boas virão dessa relação. Infelizmente (odeio essa palavra, mas não me vem nenhum sinonimo no momento), as pessoas com certeza estão no mundo para nos decepcionar, porque iremos sempre, impreterivelmente, criar expectativas, que nunca, mas nunca mesmo, tornarão - se realidade.
E mesmo sabendo de antemão que estamos fadados à nos decepcionar, cada vez que uma expectativa não é correspondida é um baque devastador, pelo menos comigo é assim. E a decepção pode surgir em formas tão variadas e aparentemente insignificantes que eu demoro a perceber que o sentimento de tristeza repentino que me acometeu é recorrente de uma decepção, como por exemplo, uma simples mudança de comportamento.
E uma mínima decepçãozinha já me deixa com um pé atrás, e somente quando trata - se de uma amizade verdaira, consigo reverter esse sentimento. De outro modo, acabo por me distanciar de algumas pessoas. E isso é um fado que levarei pra sempre comigo. Porque certas coisas não mudam, nunca.

Wednesday, July 29, 2009

Pela não banalização do amor.

O amor foi banalizado pelas pessoas de tal forma que a expressão "Te amo" é utilizada corriqueiramente como um substituto do "muito obrigada". E a mesma expressão é dita com tamanha facilidade, que não é necessário conhecer por muito tempo alguém para declarar - se.
Essa banalização fez com que o amor perdesse a força. Poucos são aqueles que acreditam que o amor é capaz de mudar o mundo, e que com o amor se consegue tudo. Poucos são aqueles que valorizam esse sentimento de modo a somente declarar - se quando se tem absoluta certeza do amor que sente pelo outro.

Pessoalmente, eu ainda acredito no amor e em sua força. Acredito que se temos amor no coração somos capazes de conquistar qualquer coisa. E não falo que amo todo mundo, porque sei que não é verdade. Penso muito antes de utilizar a expressão "te amo" com alguém, só uso quando o sentimento é sincero e verdadeiro.
O mundo deveria passar por uma reforma, e aprender a valorizar e cuidar de certas expressões e sentimentos, para que não percam o valor, e por conseguinte, não banalizar o amor.

Sunday, July 26, 2009

Acho muito válido quando um amigo tenta nos ajudar, ou nos influenciar de forma positiva, a fim de melhorar nosso estilo de vida. Seja para parar de fumar, beber ou comer carne, quando as intenções são sinceras, acredito que só podemos nos beneficiar.
Porque esse amigo irá expor suas opiniões, argumentando com motivos reais e concretos, porque deveriamos mudar algo em nós mesmo. E se por ventura não conseguíssemos mudar algum hábito, em nenhum momento o amigo ficaria irritado, porque afinal de contas, não somos todos iguais, e muitos de nós são fracos em relação a certos vícios.
O problema é que as vezes cruzamos com alguns filhas-da-puta que através de intimidação tentam mudar nossos hábitos à força, para alimentar seu próprio ego, sem preocupar - se de qualquer modo com o nosso bem - estar fisico e psicologico. E essas pessoas, não podem ser consideradas amigas. Na minha opinião, nem conhecidas.

Thursday, July 23, 2009

Eu sou da teoria de que devemos estar rodeados apenas de pessoas que nos fazem bem, mas infelizmente nem sempre podemos optar por isto. No trabalho, na faculdade, e até em saídas com amigos ou namorados somos obrigados a conviver com pessoas não muito agradáveis, que além de incomodar, às vezes são capazes de nos atingir de maneiras baixas. E quanto a isso não há o que fazer, não podemos criar um mundinho inteiramente nosso, onde viveríamos 24 horas por dia, 365 dias por ano. Em algum momento teríamos que pegar nossas capas de chuva e nossas sombrinhas e enfrentar as tempestades que existem no mundo real. Mas podemos escolher a dedo quem estará perto de nós quando estaremos acompanhados por opção. E devemos sempre nos certificar que estas pessoas querem apenas o nosso bem, que elas nos ajudem a sermos melhores, mais maduros e felizes. Quando conseguimos isso, só teremos amizades com trocas positivas, entretanto, assim como o mundo, as pessoas mudam, e daí, o que se faz quando alguém de quem gostamos, e que já nos fez muito bem, passa a nos fazer mal, não intencionalmente, simplesmente sendo ela mesma?

Wednesday, July 08, 2009

Sempre caí de cabeça em tudo que me envolvia. Trabalhos, amizades, relacionamentos. Acredito que sempre dei 110% se não mais de mim. Mas será que realmente vale a pena? Penso que as vezes pessoas que como eu s dedicam demais a um assunto estão fadadas a sair machucadas, não importa o que aconteça. Num relacionamento, seja amoroso, seja amigável, esperamos ser retribuídas por tudo aquilo que damos, numa tentativa de obter reconhecimento pela dedicação e amor depositados na pessoa. Mas por sermos tão dedicadas, acabamos ficando frustradas pelo fato de que muitas vezes as pessoas não se dão todo o trabalho, não são tão dedicadas, logo, não devolvem tudo aquilo que recebemos. E quando esperamos que isso não aconteça, quando enchemos nossos corações de esperanças, dia após dia, pessoa após pessoa, não é pelo simples fato de que se demos devemos receber de volta, mas porque procuramos outras pessoas iguais a nós, porque vivemos a partir da premissa que não se deve fazer aos outros, o que não queres que façam a ti.
Constantemente me encontro na situação de me frustrar com alguém ou algo por não responderem a minha expectativa, não me tratando do modo que esperava. Antes ficava mais do que frustrada, ficava deprimida, arrasada. Não digo que hoje não sinto nem uma ponta destes sentimentos, mas aprendi que o que faz de nós seres humanos tão únicos e indispensáveis é a individualidade. E cada pessoa possui seu conjunto de prioridades, sua forma de ver o mundo, de amar e de relacionar – se com o outro. Por isso agora encontro – me numa situação de frustração, levanto a cabeça e continuo seguindo em frente, sempre à procura de pessoas que assim como eu, dedicam – se totalmente a tudo que fazem.

Sunday, July 05, 2009

Almejar coisas para o futuro é importante para qualquer um, mas até onde pode ser considerado um ato saudável? Aonde devemos impor um limite no desejo enfreado? E já que estamos neste assunto, até onde seria vantajoso para uma pessoa não desejar muito de sua vida? Qual seria o meio termo?
Por exemplo, eu quero mais do que tudo ser feliz, me casar, ter filhos, um trabalho satisfatório que me permita alguns luxos como viajar, morar em uma casa agradável, totalmente equipada com móveis e eletrodomésticos bonitos e funcionais, além de conforto, especialmente em uma sala de televisão, planejada para a exibição de muitos, muitos filmes. Porque eu também quero uma coleção invejável de filmes e livros, e muitos pôsteres nas paredes.
Mas isso tudo é hipotético, eu não faço idéia de qual trabalho falo quando penso no futuro, nem no número de filhos que vou ter, e acredito que ainda nem conheci a pessoa com quem virei a me casar. Ou seja, não são ambições, são sonhos. Totalmente diferentes de quem eu costumava ser, decidida a cursar direito e prestar concurso para a justiça federal, uma vez formada. Mas essa Laura do passado sumiu, não há mais nada dela a não ser memórias remotas sobre como costumava ser. Eu credito essa mudança à todas as pessoas que cruzaram o meu caminho, momentos difíceis pelos quais passei, e mais do que tudo, ao amadurecimento pessoal.
Posso não ser tão ambiciosa como antes. Posso parecer um pouco despreocupada com o futuro, mas é só porque tento viver o presente. Antigamente não restava tempo para realmente curtir o momento, eu sempre estava prevendo meu próximo passo, a fim de conquistar tudo que almejava. Hoje sei que não faço idéia do que acontecerá amanhã, e também sei deveria possuir um pouco mais de ambição, mas sabe de uma coisa? Eu sou feliz atualmente, mais do que nunca. E pra mim, isso que importa.

Friday, July 03, 2009

Aquele olhar penetra a minha pele, me faz sentir como se estivesse nua, livre de tudo que me protege do mundo exterior. É um olhar que ultrapassa minha armadura de ferro, me faz perder o chão e impede o meu cérebro de raciocinar direito. Um olhar que enaltece a auto-estima, que me dá gás pra continuar vivendo, que me faz especial. Mas será que é mesmo isso? Será que é um olhar de alguém que me deseja, ou é simplesmente um olhar de quem observa as pessoas?

Wednesday, July 01, 2009

Continuo impressionada pelo fato de que tão pouco pode nos fazer tão bem. Não necessitamos de incessantes idas aos shoppings, de milhares de bolsas, sapatos, all stars, entre outros. O que necessitamos é uma roupa que nos aqueça, algo que proteja nossos pés, uma bolsa ou mochila que apenas guarde nossos pertences, e deu. O resto, não são necessidade, pelo menos não necessidades primárias, básicas para a sobrevivência, apesar de alguns acharem que são.
Podemos ser feliz com tão pouco, mas no entanto queremos mais. Eu por exemplo não me contentei com as 42 bolsas que tenho, e vivo procurando outra que possa vir a fazer parte da minha coleção. E esse querer mais pode ser benéfico ou prejudicial. Pode existir o querer mais de quero mais da vida, das pessoas, quero uma experiência completa, quase transcendental, assim como pode existir o quero mais de não me contento com nada nunca, quero fazer o que o Pink e o Cérebro nunca conseguiram, dominar o mundo. Isso pra mim é egocentrismo, dos brabos.
Cara, nem sei porque comecei a falar nisso, por sinal.
Talvez seja porque comecei a entender que eu posso viver com pouco, e em algumas ocasiões ser mais feliz do que sou atualmente. Tudo depende do ponto de vista e do que quer da vida. Eu, não importa onde estiver, com quem estiver, seja trabalhando, estudando, em Porto, no Brasil ou fora, se estiver feliz, nada mais importa.
Porque pra mim, esse é um dos sentidos da vida, ser feliz, de orelha a orelha, com o que se é.

Monday, June 01, 2009

A maturidade não tem nada a ver com idade ou trabalho. A maturidade vem através das experiências que as pessoas já tiveram, experiências que nem sempre são boas, mas que tem o propósito de ajudar a te moldar, de forma que tu vires adulta, madura e responsável, com senso de caridade, além de respeito e justiça.
A maturidade em tão pouca idade é rara, admirável, mas rara. Poucas são as pessoas que passam por inúmeras situações que põe a prova nossa saúde física e mental e saem com a cabeça erguida, pronta para assimilar tudo que possa vir a ser positivo na sua formação. Mas a cada pedra no caminho, a cada baque que a gente leva, costumamos criar uma casca dura, uma armadura, que não permita que as pessoas olhem pra dentro e vejam o quão frágil essa mulher pode ser, por mais forte que ela aparente. E essa armadura é eficaz, muitas vezes até demais. Passamos tanto tempo tentando esconder nossas fragilidades, preocupações e sentimentos, seja por vergonha ou por sentir que outras pessoas precisam de nós para seguir vivendo, que acabamos abdicando de nossas necessidades. Necessidades de amar e deixar ser amada, poder desabafar e ser confortada, abraçada, beijada.
Passamos tanto tempo escondendo no âmago de nosso ser todas aquelas coisas que nos tornariam demasiadamente humanas, tentamos ser super mulheres que fazem malabarismos, que são modernas e ao mesmo tempo antiquadas, amélias feministas que ajudam a todos, menos a si mesmo. Escondemos tanta coisa inutilmente. Porque uma hora a bomba explode, e ela não se importa com horário ou localização. Cada vez que optamos por ignorar algo e guardar dentro de nós para nao admitir fraqueza ou ter medo de colocar a cara a tapa, o pavio queima um pouquinho, e quando termina, deixa a desolação em seu lugar. Ou estouramos com os outros, falamos coisas que nao queríamos nem devíamos e machucamos, ou desabamos em lágrimas, nos odiando por estar chorando, por perder o controle, por vivermos a vida que vivemos. E por mais que no pior cenário a gente magoe uma pessoa, ela com certeza vai superar e talvez nunca mais dirigir a palavra a nós, que ficaremos com esfolados para sempre, esfolados que nunca cicatrizarão.
Maturidade não é aguentar tudo sem reclamar, é saber admitir seus erros e fraquezas e buscar em amigos e familiares força e ajuda para superar os obstáculos. O diálogo será sempre o melhor caminho. Em qualquer situação.

Wednesday, May 27, 2009

Passei minha vida reclamando de Porto Alegre. Odiava o fato de ser uma província filha da puta, odiava a escassez de cultura, como eu costumava dizer. Mas há um tempo atrás eu conheci a verdadeira cidade que moro, cheia de contrastes urbanos, natureza por todos os lados, e bairros antigos com charme digno de uma cidade como Buenos Aires.
E hoje vejo o quão bitolada eu era, o quão deslumbrada com cidades cosmopolitas como São Paulo, ou ensolaradas e com praia como no Rio e até super organizadas como Curitiba, a ponto de odiar a cidade que me acolheu desde que nasci, que a cada dia que passa me surpreende como novas coisas, que cresce constantemente mas não perde o provincianismo, que tanto reclamava, e que agora simplesmente adoro.
Hoje caminhava pelas ruas e observava tudo com os mínimos detalhes, como o gari que me pediu dinheiro para tomar um cafezinho, ou um hippie louco que me deu uma flor de presente. Pensei nas milhares de vezes que caminhei pela cidade baixa, que durante o dia é uma coisa e durante a noite, outra totalmente diferente. Lembrei dos domingos que passei no parcão ao sol, ou das vezes que vi o pôr na beira de ipanema. As idas no buda da redenção, com direito até a pedidos, as tardes no jardim botânico, rodeada de natureza. E cara, não parou por aí, e se eu continuasse a descrever tudo que lembrei, não pararia tão cedo, então, deixa pra próxima.
Só sei que seja aonde for, como diria uma das personagens que mais gosto, "There's no place like home".

Wednesday, May 20, 2009

quando a chuva vem, eu simplesmente adoro. O cheiro que a acompanha, invade meu apartamento de forma inebriante, o tilintar dos pingos de água caindo na minha janela servem como canção de ninar. É como se São Pedro chorasse, e eu, como uma boa sentimentalista, choro junto. Mas não é um choro com pesar, é revigorante. O meu choro de dias de chuva geralmente serve pra limpar, tirar todas as energias ruins e depois, sorrir. Sorrir como uma criança abrindo presentes de natal, ou uma mãe que pega seu bebê pela primeira vez, um sorriso contagiante e sincero, capaz de iluminar a face mais carrancuda.
A chuva lava a cidade e a alma, dá oportunidade para recomeçar do zero, tira o peso do mundo das minhas costas. E o melhor de tudo, é que depois que a chuva vai embora, aparece o sol para aquecer os corações dos desolados, e iluminar o caminho.

Monday, May 18, 2009

Uma música pode te levar à qualquer lugar, te fazer sonhar e voar pela imensidão do universo. Uma boa música atiça a memória perdida e transborda o coração de sentimentos puros e inocentes. Os filmes funcionam da mesma forma. Te fazem rir, chorar, gritar de raiva. Te transportam à epocas passadas e ao futuro, recriam episódios históricos e criam mundos inusitados e ensinam lições de vida. Quando acontece a dobradinha, um bom filme com uma trilha sonora do caralho, o cinema atinge um novo nível, vide filmes como Quase Famosos e Alta Fidelidade.
E tem gente que não vê filmes e apenas escuta funk.

Tuesday, April 28, 2009

Bastava ela enxergá – lo pra sentir um fogo queimando em seu corpo. Quando os olhares se cruzavam na multidão, as pernas enfraqueciam, a respiração ofegava. Todas as noites ela sonhava com o guri misterioso, eles namorando, eles casando, e ele morrendo, bem velinho, ao seu lado, e sempre neste momento ela acordava apavorada, com um aperto no coração.
Como era possível sentir e pensar tanto em alguém que nunca conhecera? Que observava pelos últimos 3 anos e meio e nunca tivera coragem de se aproximar? Como poderia ser, que cada fibra em seu corpo desejavam o beijo, o toque, a companhia eterna, a ponto de tornar – se viciada naquela pessoa um tanto quanto desconhecida? O que acontecia ali, que era capaz de fazê – La perder a razão e o foco?
Quando o menino não aparecia na faculdade, era como um dia morto. Ela não falava com ninguém, não sorria, permanecia atônita. E quando ele aparecia, ela ficava radiante como os raios que irradiam no horizonte, quando o sol nasce, toda manhã. A presença dele no mesmo ambiente a fazia pensar em passar a mão pelos cabelos que pareciam tão sedosos, encostar de leve seus lábios nos lábios rosados dele, abraçá – lo tão forte, como se o mundo fosse acabar naquele momento. Mas nunca os pensamentos viravam ações.
As pessoas já começavam a notar, tarde demais para conseguirem impedir a obsessão, cedo demais para consolá – La quando o pior viesse a acontecer. E todos em volta dela estavam de mãos atadas. Ou quase.
Um dia, ou melhor, uma noite, os amigos da menina obcecada formaram um complô, decididos a terminarem com o chove não molha de tanto tempo. E conseguiram. O guri misterioso marchou em direção à menina, apresentou – se e abriu um sorriso. Que lindo sorriso, pensou a menina enquanto tentava situar – se no que estava acontecendo. Após um pouco de conversa praticamente unilateral, porque somente ele falava, enquanto ela apenas sorria envergonhada, o inesperado aconteceu! A menina teve seu corpo puxado para perto do dele, e na sequência, foi beijada com vontade, com paixão.
Após o primeiro beijo ele confessou que também a observava, e que ficava encantado com seus olhos brilhantes, seus cabelos lisos, e seu sorriso envergonhado. E admitiu querer beijá – La por muito tempo, mas lhe faltara coragem. E assim como o conto de fadas poderia ter acabado, com os dois felizes para sempre, ele acabou de um modo inesperado. O beijo foi sem graça, o cabelo dele era oleoso, e ele cheirava mal.
O conto de fadas acabou como pesadelo. Porque de tão envergonhada a ponto de não conseguir se declarar, ela também não conseguia rejeitar, levando a inúmeros beijos sem graça e uma vontade absurda de sair correndo.
Depois daquela noite, a menina aprendeu que quando se espera demais, quando se sonha demais, o resultado nunca é como o esperado, e as vezes, é melhor que os sonhos permaneçam apenas como sonhos, que nos movem e nos dominam. Porque uma das maiores qualidades do ser humano é a capacidade de sonhar.

Monday, April 06, 2009

Aquele olhar penetra a minha pele, me faz sentir como se estivesse nua, livre de tudo que me protege do mundo exterior. É um olhar que ultrapassa minha armadura de ferro, me faz perder o chão e impede o meu cérebro de raciocinar direito. Um olhar que enaltece a auto-estima, que me dá gás pra continuar vivendo, que me faz especial. Mas será que é mesmo isso? Será que é um olhar de alguém que me deseja, ou é simplesmente um olhar de quem observa as pessoas?

Saturday, January 03, 2009

Era noite de ano novo e Kitty, apelido de Maria Quitéria, não estava feliz. Não entendia o porquê de toda essa excitação pela virada de ano - para ela a troca do dia 31 de dezembro para 01 de janeiro não era diferente de qualquer outra mudança de mês – e realmente detestava ter que colocar roupa e calcinha nova além de um sorriso no rosto e fazer festa com seus pais, comendo lentilha e pulando as sete ondas na praia.
Num ímpeto de se libertar, Kitty pegou seu buggie amarelo – queimado e dirigiu rumo à parte deserta da praia, onde só havia pedras à beira do mar. Escalou – as e sentou – se na mais alta, contemplando o céu estrelado que no momento encontrava – se com a água, que sumia na escuridão. Por algum motivo, desconhecido até para os cientistas mais experientes da Nasa, a lua tinha sumido como num eclipse que já durava horas, tornando a noite mais escura do que nunca, exatamente como Kitty gostava.
Após um tempo ali, no silêncio total, olhou em seu relógio Swatch e viu que faltava um minuto para a meia noite. O tique taque do relógio ecoava na praia, praticamente obrigando Kitty a cronometrar os segundos até a tão esperada hora, que teoricamente, era capaz de mudar o mundo. Faltando cinco segundos para a meia noite ela fechou os olhos. Morria de medo de fogos de artifício, e assim, fez a contagem regressiva, para não ser pega de surpresa com o barulho.
O relógio completou seu círculo anunciando que a hora zero chegava, o céu iluminou – se com todas as cores do arco – Iris, e Kitty, ainda com os olhos fechados, sentiu lábios tocando os seus. No susto ela foi pra trás, escorregando e quase caindo de cabeça nas pedras, se não fosse por aquele braço que rapidamente a segurou e puxou – a para perto de seu corpo. Agora Kitty abria os olhos e deparava – se com um guri, um pouco mais velho que ela, de olhos azuis cristalinos, pele bronzeada e o sorriso mais branco que já vira.
- Desculpa. Mas dizem que devemos beijar alguém a meia noite de Reveillon. Eu não acredito em superstições, nem nessa data, mas resolvi pelo menos uma vez na vida tentar acreditar.
- Tudo bem. Eu também não acredito em superstições ou na data de hoje. Mas obrigada pelo beijo, foi revigorante.
O guri não identificado sorriu e sentou – se na pedra, tirou de um bolso uma carteira de cigarro, e do outro, uma garrafinha de whisky. Ofereceu a Kitty que prontamente sentou – se e aceitou a oferta. Os dois ficaram ali, fumando e conversando, até que a atração entre eles era muito forte para agüentar e eles cederam à tentação, beijando – se com vontade, como se o mundo tivesse parado de girar.
Entre beijos, conversas e cigarros Kitty perdeu a hora. Quando deu por si, estava deitada em uma pedra enquanto o sol despontava no horizonte. Olhou para os lados e nada do menino misterioso de quem nunca perguntou o nome. Resolveu ir para casa já que sabia que seus pais deveriam estar enlouquecidos à sua procura.
Durante o trajeto para casa, reviveu em sua mente todos os acontecimentos daquela noite: os beijos, as longas conversas, a sensação de segurança e felicidade. Kitty estava em estado de êxtase, mas isso logo mudou ao estacionar seu buggie na frente de casa e ver duas viaturas da polícia. Entrou em casa correndo para encontrar sua mãe aos prantos, seu pai furioso e, vários policiais a encarando.
Passada a confusão ela dirigiu – se ao quarto, onde deitada na cama voltou a seu prévio estado de êxtase. Encarava o teto pensando quem era o guri misterioso e onde estaria naquele momento. Os dias se passaram, e nenhuma notícia. Kitty não sabia onde nem como procurar. E foi numa conversa informal com o padre de sua igreja que entendeu o que acontecera na noite de ano novo: uma renovação da esperança há muito tempo perdida pela menina.
Até hoje ela não sabe se o que aconteceu foi em decorrência do Reveillon, ou se foi pura coincidência, mas Kitty agora vê o mundo, e suas tradições, com outros olhos. Olhos esperançosos, felizes, e sempre procurando por aquele alguém que um dia a fará se sentir nas nuvens de novo.