Há mais ou menos cinco décadas atrás, o sexo começou a deixar de ser mistério. Passou de assunto nunca mencionado em voz alta a tópico de discussão, foi transformando-se aos poucos até o dia em que largou a batina de vez. A partir daí, seguiu o caminho dos tijolos amarelos em direção ao estrelato.
Nos anos que antecederam a década de 1960, as pessoas viviam sob um padrão moral rígido, embasado em princípios que depreciavam tudo relacionado à sexualidade. O sexo não existia, era uma coisa à parte. Os homens aprendiam sobre na rua, com os mais experientes, as mulheres, aprendiam “um pouco” às vésperas do casamento, entretanto, tal aprendizado não era suficiente, assim sendo, eis que surgia a insatisfação sexual. A ignorância era confundida com inocência, e quem pagava o pato eram aqueles que sequer imaginavam o que realmente podia acontecer entre quatro paredes.
De acordo com este mesmo padrão, sexo pré-nupcial era inaceitável, a forte influência da igreja, nos padrões morais da sociedade tornava o sexo estritamente para procriação. As mulheres deveriam ser recatadas, não podiam demonstrar interesse por sexo, entretanto, era o papel delas como esposa, atender às necessidades do marido.
Com a chegada da década de 1960, acontecimentos como a criação da pílula anticoncepcional e os movimentos liberalistas deixaram a sociedade em polvorosa. Uma genuína revolução sexual estava prestes a começar, e iria deixar o mundo de pernas para o ar. Esta mesma revolução, que teve seu inicio na Europa, depois se espalhou aos quatro cantos da Terra, defendia que homens e mulheres podiam desfrutar de direitos iguais. O que importava, no momento, era a satisfação pessoal, a sensação do momento, sem necessidade de alguma ligação de sentimentos entre os parceiros, era o chamado “sexo livre”. Os jovens abandonavam seus hábitos conservadores e adotavam praticas não convencionais, chocavam seus pais e ancestrais, começavam a ditar uma inovadora cultura social.
De lá para cá o sexo virou o centro das atenções. A sexualidade, em sua forma mais crua e despida de sentimentos ganhou variações. Surgiram, ou pelo menos se tornaram públicos, os fetiches, as fantasias,e outros modos de se obter prazer a partir de métodos não convencionais. Hoje, existe uma indústria do sexo, as “sex shops” – lojas especializadas em roupas, preservativos e instrumentos para estimulação do prazer irreverentes – estão cada vez mais populares, as produções de cinema pornográfico são capazes de arrecadar bilhões de dólares ao ano. O sexo é uma instituição. É uma moeda de troca, um símbolo de poder, um instrumento de manipulação, um esporte. É indispensável e nem sempre a dois, podendo ser a três, quatro, cinco, etc.
Como disse Luis Fernando Veríssimo, a revolução sexual um dia será comemorada como a Revolução Francesa, com a invenção da pílula correspondendo à queda da Bastilha e o fim do sutiã ao fim da monarquia absoluta. Com certeza nossos antecedentes e seus padrões morais rígidos e absurdos estão revirando-se em seus túmulos, pois o que por tanto tempo lhes foi pregado como puro e inocente, como a celebração do amor entre duas pessoas, nos dias de hoje é um bom remédio para aliviar o stress.
Do jeito que as coisas estão, se o sexo ainda não dominou o mundo, está prestes. E quando isto acontecer, provavelmente num futuro, não tão distante assim, ele virará moeda nacional, e sendo assim, pagaremos uma dúzia de pães com uma “rapidinha”.
Wednesday, May 07, 2008
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1 comment:
muito bomm!
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