Tuesday, March 02, 2010

A Cabana

São três da manhã e eu gostaria muito de poder ligar para alguém e compartilhar tudo que estou sentindo no momento, mas como disse, são três horas da manhã e mamãe me ensinou que ligar após as dez horas da noite para alguém é falta de respeito. Mesmo que eu saiba que muitas pessoas estão acordadas agora, algo me impede de completar a ligação, mesmo já tendo digitado os números em meu celular. E como que não tem cão, caça com gato, cá estou eu, neste webvazio, onde ninguém entra, pronta para compartilhar o que eu li. A primeira vez que minha mãe me falou sobre este livro, torci o nariz. Não queria ler nada relacionado à Deus ou religião, e achei a história um tanto quanto triste, entrtanto, hoje num rompante de tédio e numa escassez de livros aqui de casa ainda não lidos, cedi à tentação. Já na primeira página do prefácio senti - me presa ao enredo, desejando devorar as páginas como quem tem um prato de comida a sua frente, e não come há dias, e após as 20 primeiras páginas, questionei se continuaria lendo, ou se pediria que minha mãe apenas me contasse o final, esperando que fosse um "e tudo ficou bem e eles viveram felizes para sempre". Mas veja bem, A Cabana, não é um livro nos moldes hollywoodianos, e também não é um livro que fala de religião, do catolicismo, é mais que isso, e na falta de palavras, apenas digo que nunca li algo assim. Nunca imaginei que frente a uma atrocidade, fosse me sentir bem com o desfecho, e nunca pensei em Deus como algo independente de religião, regras, dogmas e etc, agora penso. Agora sei que há muito mais lá fora do que imaginamos, e que cegados pela individulidade, pelo egocentrismo, pela necessidade de poder, tentamos explicar tudo através de fatos científicos comprovados. Mas assim como em outros assuntos, isso tudo é muito subjetivo, partindo do pressuposto de que tudo que sabemos, foi contado algum dia por alguém, e como sabemos que aquilo era verdade? Mesmo que existam experiências e pesquisas, mesmo que a ciência em sua magnitude consiga até explicar, há sempre o fator desconhecido, místico, quase que imaginário. Vivemos em um mundo em que a confiança nos outros, a total confiança é dificil, assim como confiar em Deus, uma força maior ou simplesmente o destino, e sem confiança, não há nada concreto. Devemos confiar em nós mesmos.
E como diz o livro, os humanos sentem necessidade de poder, e para isso, manipulam, mentem e começam guerras, tudo para esquecer que temos medo de sentir nossas emoções, nossos medos.
Tememos viver em sincronicidade com nossa alma, enterrando - a fundo, bem abaixo de todas atitudes carnais que executamos por puro medo.
O que eu aprendi no livro? Aprendi que o caminho da felicidade, do perdão e do amor está na convivência dependente, e não independente, do outro.

A Cabana, de William P. Young. Editora Sextante

1 comment:

Carol said...

Eu tb já tinha dito pra tu leres este livro, lembra? Que bom que finalmente o fizeste e gostastes. Me liga qualquer dia desses para fumarmos um cigarrinho e conversamos.
Bjs.