Thursday, July 13, 2006

Pout-porri cinematográfico

Eu cresci vendo filmes, de todos os gêneros,ficava vidrada por horas na frente da televisão.Entrava na pele das personagens de um modo tão surreal, que eu realmente sentia o que eles sentiam. Já fui princesa, viajei o mundo inteiro, fui assassina, policial, adolescente rebelde, mulher talentosa e bem sucedida. Já casei, descasei, encontrei minha alma gêmea, perdi pessoas importantes, eu já morri, e voltei do além.
Acho que todo esse contato com o mundo fantasioso do cinema, acabou deixando sequelas, inúmeras delas.As vezes me pego pensando no casamento dos meus sonhos, com um vestido branco e um véu bem compridão, meu marido bem sucedido, e meus filhos, uma penca deles.Depois caio na real e me dou conta que esse sonho tá muito longe de acontecer.
É como se as vezes eu perdesse a noção da realidade,a minha imaginação funciona 24 horas por dia. Já fiz tantas coisas na minha cabeça, que as vezes não sinto necessidade de realmente fazê-las, e daí vem a pergunta que martela todo santo dia na minha cabeça: o que realmente vai ser da minha vida? Odeio perguntas sem respostas.Eu não sei pra onde vou nem com quem.Questiono-me diariamente,afim de saber quem afinal de contas sou eu,o que eu quero das pessoas,da minha familia e da faculdade.Nunca cheguei à conclusão alguma.
Me estressa saber que ao mesmo tempo em que sou tão confusa em relação a minha pessoa, tenho de ajudar meus amigos a descobrir quem realmente são. Me acustumei a nao pensar em mim, não resolver meus problemas, porque me dar ao trabalho? É bem mais facil ajudar os outros, e me deixar de lado. Negligenciar a mim mesmo, por medo de falhar na cansativa busca do meu verdadeiro ser,praticamente vivendo a vida dos outros,por ter medo de viver a minha.

Não sei pedir ajuda, não quando tem relação direta com problemas tão sérios e pessoais.Fico esperando que um dia alguém chegue e me salve de toda loucura que se passa na minha cabeça, assim como já fiz com tantas pessoas.

E continuo esperando..

Espero também que um príncipe chegue num cavalo branco e me leve para longe de toda essa alienação em demasia que ronda minha cabeça, me levando para viver em seu reino distante, felizes para sempre.