Ok. Eu admito ser uma "drama queen" e sei o quão perturbador para quem está à minha volta pode ser. O que para muitos não chega a ser sequer um problema, em minhas mãos, vira um caso de vida ou morte: eu exagero, esperneio e faço toda aquela cena típica de uma ópera grega, levando muitos a me questionarem com a seguinte pergunta: "O que faz teus problemas serem mais importantes que o dos outros?". Forte hein? Geralmente após essa pergunta vem aquela ladainha, praticamente um clichê já, de que “pessoas não tem onde morar, não tem o que comer e tu ficas brigando com a tua mãe porque ela decidiu fazer peixe de almoço e só o cheiro já te deixa completamente nauseada?". Pô, golpe baixo!
E é claro que para os olhos do observador está é uma boa comparação: a menina mimada de classe média que tem tudo o que quer versus mendigos, sem-tetos e etc. (a variação é grande.). E sim, digo menina pois acredito que o fato de ter 20 anos ou 60 não afeta essa classificação, o que importa não é a idade física, e o estado emocional. E eu ainda ajo como uma adolescente, mesmo que cientificamente já tenha passado dessa fase.
Explicações sem nexo a parte, voltemos para o meu raciocínio. Essa comparação é um golpe baixo que demonstra o primeiro e pior erro que o ser humano comente: o pré - conceito. Não é porque alguém leva uma boa vida, que seu problema não seja tão ruim quanto aquele menos privilegiado. Não é justo para nenhum dos lados fazer esta comparação.
Rótulos. Não gosto deles.
E sabem de uma coisa? Toda aquela historinha de quem vê a situação de fora consegue enxergar mais claramente não se enquadra aqui. Quem deu a autoridade, quem lhes deu permissão para decidir o que é mais importante? Um problema, seja uma unha quebrada ou não ter um lugar para morar, é tão pessoal quanto o amor, a felicidade ou a tristeza. É uma parte tua, da tua vida, e ninguém pode dizer a importância que deve ser dada. Mais uma vez, todo tipo de comparação nesse caso é inútil.
E eu não estou aqui tentando me defender, muito menos de algum modo mostrar-me superior, pois sei que não sou. Sei que apesar de diferentes cores e classes sociais, em essência somos todos iguais, e o que molda a tua personalidade, o teu caráter e o que define tuas prioridades é o ambiente na qual vives.
E sabem de uma coisa? Eu me importo sim. De tanto ouvir pessoas erroneamente falando como eu deveria agir e pensar, já me vi inúmeras vezes sentindo-me culpada por me preocupar com "futilidades" enquanto outros morrem de frio, fome ou são assassinados nas ruas violentas do Brasil. Mas essas futilidades deixam de ser o que são no momento em que eu me importo com elas, e não me impedem de pensar no próximo.
E o que eu realmente quis dizer com este vômito de palavras?
A resposta da pergunta feita acima: Meus problemas são MEUS PROBLEMAS! E isto os faz serem importantes, porque quando eu estou fazendo minha cena digna de novela das oito, é a única hora em que eu paro de pensar nos outros e me permito ser egoísta.
Todos têm suas fraquezas, logo, eu também. E a minha é por dramas.
Mas vocês não me vêem importunando os outros por gastarem tempo, dinheiro e potencial se drogando, fazendo festas após festas, topando ficar com quem aparecer só para não ficar sozinho.
Desde criança fui auto-suficiente, aprendi a ler e escrever vendo o jornal, nunca demonstrei precisar de ninguém, muito menos soube pedir ajuda. Sempre me dediquei a ajudar meus amigos, muitas vezes abdiquei muitas coisas para poder ajudar o próximo, e quando chegava a minha vez, poucos eram aqueles que retribuíam.
Então quem sabe agora, antes de virem me criticar por fazer tempestade em copo dágua, ofereçam ajuda, nem que seja para apenas ouvir.
Sunday, June 10, 2007
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